segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Criação de novo espaço de Diálogo Inter-religioso

As realidades de diferentes contextos mundiais, através de narrações de histórias sobre os avanços e momentos críticos de algumas regiões, foram apresentadas aos mais de 200 delegados, conselheiros e observadores presentes.

Cristãos e cristãs da Indonésia, Sri lanka e Alemanha tiveram a oportunidade de partilhar as experiências de suas igrejas e comunidades no diálogo e cooperação inter-religiosa, o que encorajou os delegados e as delegadas do Comitê central a iniciar a elaboração de passos que podem ser dados para a criação de uma plataforma de união na qual o CMI teria o potencial de exercer o papel de moderador.

Para o reverendo Malungo António Pedro, pastor da Igreja Evangélica Reformada de Angola (IERA) e membro do Comitê Executivo do CMI, o CMI tem sido um exemplo vivo no envolvimento do diálogo, tendo em conta que ela congrega diferentes confissões cristãs, permitindo que haja um diálogo aberto sobre os problemas globais da atualidade, um exemplo que deve ser seguido ao nível das organizações ecumênicas continentais e nacionais.

Malungo  propõe a continuidade do diálogo inter-religiosa em todos os níveis, desde o internacional ao local, por um mundo de justiça, paz e reconciliação. “Angola já deu passos significativos com a criação de um fórum inter-religioso entre os evangélicos, católicos, pentecostais e neo-pentencostais”, acrescentou.

O pastor angolano ainda afirmou que uma das maiores contribuições do fórum que envolve líderes religiosos é a análise conjunta dos problemas políticos, sociais e econômicos do país.

A doutora Magali do Nascimento Cunha, professora da Universidade Metodista de São Paulo, Brasil, e membro do Comitê Central do CMI, caracteriza o atual momento como rico e variado. “Há  muitas experiências de unidade em contextos diferentes, envolvendo igrejas, organizações de serviço, pessoas jovens, mulheres e homens”.

No que tange o diálogo inter-religioso, Cunha propõe a humildade e o respeito como prerrogativas indispensáveis. “Isto significa considerar cada um na fé, como elemento principal e, por outro lado, atitudes de reconhecimento mútuo e busca de ações conjuntas”.

Falando de seu contexto local Cunha acredita que o Brasil vive um momento único da sua história com a consolidação da democracia com o Presidente Lula e sua sucessora Dilma Rouseff. “As igrejas brasileiras têm sido desafiadas  a deixar seus territórios e testemunharem Cristo no apoio do processo de inclusão que o governo busca fazer”, destacou.

De acordo a sua constatação, o movimento ecumênico  local tem estado fragilizado por conta do crescimento do pentecostalismo independente, do carismátismo  católico-romano e das novas expressões de fundamentalismos entre as igrejas protestantes históricas, somado pelo crescimento da mídia religiosa que expõe as teologias e ideologias  mais conservadoras e anti-ecumênicas.

A confiança mútua, um dos elementos mais destacados no debate e reflexão acerca do diálogo inter-religioso, também foi destacado por Malungo e Cunha como algo essencial para que as igrejas consigam superar as dogmáticas se envolvam num diálogo franco e formas mais expressivas de cooperação.


Fonte: Agência Latino Americana e Caribenha de Comunicação

FONAPER


O mês de fevereiro marcou o retorno do Ensino Religioso à pauta de discussão em âmbito nacional. As matérias de capa da Revista Educação (Editora Segmento) e da Folha de São Paulo (27/02/11), a proposição de novo Projeto de Lei (PL 309/2011), a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADIN) contrária ao Ensino Religioso Confessional e o Parecer 04/2011 do Conselho Municipal de Educação do Rio de Janeiro foram alguns dos eventos que trouxeram à tona algumas problemáticas e outras possíveis soluções ao Ensino Religioso.
Por outro lado, a publicação, em 2010, das novas DCNs Gerais para a Educação Básica e das DCNs para o Ensino Fundamental reafirmaram o Ensino Religioso como área do conhecimento e parte integrante da formação básica do cidadão.
As disputas e contra-ataques atuais ao Ensino Religioso decorrem e ou são resquícios de históricos e tensos embates entre duas correntes distintas que remontam ao século XIX.
Fora desse dualismo, o FONAPER, desde sua criação, tem proposto uma terceira via, ou seja, a partir de uma perspectiva pedagógica, tornar o Ensino Religioso um espaço e lugar privilegiado para o estudo e conhecimento dos elementos básicos que compõem o fenômeno religioso, buscando disponibilizar esclarecimentos sobre o direito à diferença, valorizando a diversidade cultural religiosa presente na sociedade, no constante propósito de promoção dos direitos humanos (FONAPER, Carta aos professores de ER, 2009).
É nessa perspectiva da formação plena do cidadão, no contexto de uma sociedade cultural e religiosamente diversa, na qual todas as crenças e expressões religiosas e não-religiosas devem ser respeitadas, que se insere o Ensino Religioso como um DIREITO ao ALUNO de o receber e um DEVER da ESCOLA em o ofertar (FONAPER, PCNER, 2010).  
Portanto, a oferta do Ensino Religioso na escola pública está acima das decisões ou convicções pessoais, filosóficas ou religiosas. Está a serviço do bem público, pois visa a formação de cidadãos críticos e responsáveis, capazes de discernir a dinâmica dos fenômenos religiosos, que perpassam a vida em âmbito pessoal, local e mundial. As diferentes crenças, grupos e tradições religiosas, bem como a ausência delas, são aspectos da realidade que devem ser socializados e abordados como dados antropológicos e sócio-culturais, capazes de contribuir na interpretação e na fundamentação das ações humanas.

É esse ideal que o FONAPER defende a mais de 15 anos e continuará a fazê-lo!

Novo Projeto de Lei quer alterar artigo do Ensino Religioso

Logo após o reinicio dos trabalhos da Câmara Federal, o Ensino Religioso já é alvo de novo projeto de Lei. A proposição é de autoria do Dep. Marco Feliciano, pastor presidente da Igreja Assembleia de Deus de Orlândia/SP.
O Projeto visa alterar caput do artigo 33 da Lei n.º 9.394/96 e propõe outro artigo que discorre sobre o exercício da docência do Ensino Religioso.
De acordo com a matéria divulgada no site oficial do Dep. Pastor Marco Feliciano (http://www.marcofeliciano2010.com.br/?p=583), o referido projeto é parte de uma “[...] campanha que pretende atingir todas as pessoas que se preocupam com a formação básica da primeira infância e dá o nome a ela de PAPAI DO CÉU NA ESCOLA”. Segundo ele, a “[...] falta do respeito para com os educadores bem como a violência dentro das escolas mostra que a moral,  a ética e o respeito ao próximo são valores ignorados, por isso precisamos resgatar o ensino religioso em nosso país, e isto de maneira sábia, simples e coerente”.
Visualize em anexo, na íntegra, o Projeto de Lei nº 309/2011.
A coordenação do FONAPER, neste momento, concentra-se no estudo da matéria, a fim de verificar se a proposição é pertinente ou não à trajetória histórica de implementação do Ensino Religioso como componente curricular, que assegure o respeito à diversidade religiosa, vedadas quaisquer formas de proselitismo.


Fonte: Câmara dos Deputados